Este último fim de semana, que culminou com o feriado do Dia das Crianças na segunda feira, vai ficar marcado m nossa memória. Não pelas comemorações que cobriram o país de norte a sul. Mas, infelizmente, pelos mais de 600 acidentes que envolveram mais de mil veículos, deixando um triste saldo de mais de 400 pessoas feridas e outras 100 mortas. O que deveria ser uma tranqüila e civilizada viagem de lazer acaba, muitas vezes, em tragédia. Proporcionalmente, morrem no Brasil 26 vezes mais pessoas que nos EUA. Mais do que lamentar tristes estatísticas, temos que buscar soluções imediatas.
A Carteira Nacional de Habilitação deveria, teoricamente, capacitar o motorista a conduzir seu automóvel por rodovias federais e estaduais. Ocorre que, infelizmente, a CNH não faz diferenciação quanto a condução em perímetros urbanos ou rodovias. Tanto na aviação quanto na marinha, para se voar por aerovias ou navegar entre portos, é preciso uma carteira especial. Por que então não existe uma CNH especial para quem trafega por movimentadas rodovias? Como pode um motorista citadino, sem experiência e noção, enfrentar uma BR-376, mais conhecida como Rodovia da Morte?
O automóvel também deve estar em perfeitas condições de uso. Ocorre que nossa frota apresenta uma idade média muito alta, 13 anos. Na Espanha, todos os automóveis com mais de 10 anos são obrigados a passar por uma rigorosa vistoria técnica.Os limites de velocidade devem ser diferentes. Simplesmente porque veículos diferentes não podem ter limites iguais de velocidade. Um caminhão de 30 toneladas vai precisar no mínimo do dobro de espaço de um carro para parar, estando ambos a 80 km/h.
Como duplicar rodovias é, a curto prazo, uma utopia, resta-nos então melhorar a sinalização do que já tempos. Olhos-de-gato e uma boa pintura ajudam sobremaneira a condução do automóvel em condições adversas. Para entrar no primeiro mundo, o Brasil precisa tirar suas rodovias do terceiro.